FML2002

O blog dos Quartanistas da Faculdade de Medicina de Lisboa

domingo, junho 12, 2005

O Direito à Preguiça

Em tempos de sugestões de livros e de exames deixo-vos esta pérola: "O Direito à Preguiça" de Paul Lafargue. Não, não é um livro a gozar. É um livro de finais do século XIX que é uma profecia imensa acerca do que o capitalismo trouxe às nossas vidas.
Uma bíblia anarco-sindicalista cheia de lógica.

"Preguicemos em tudo, excepto no amor, na bebida e na preguiça"

Lessing

34 Comments:

At 8:15 da tarde, Blogger Unknown said...

Revista "SÁBADO", 17 a 23 Junho:
"Os seus 7 pecados capitais (relativamente a Álvaro Cunhal):
1) Ele nunca mudou. Mas quem se tornou comunista aos 17 anos, em 1930, devia ter mudado. Porque depois conheceu Estaline, viu o que era a URSS e, pelo menos, ouviu falar do Gulag.
2) Homem de Moscovo. Em 1968, os tanques soviéticos entraram em Praga. Em 1981, os comunistas polacos sufocaram o Solidarnosc. Cunhal aplaudiu de ambas as vezes.
3) Atrasado. Desde os anos 50, com o PCI, os partidos comunistas ocidentais começaram a reconverter-se à democracia. O PCP foi o último a aceitar o parlamentarismo burguês.
4) Radical. O papel do PCP, nos anos de brasa em Portugal, 1974 e 1975, foi de soprar na revolução. Só recuou depois de se contarem as espingardas, em Novembro de 1975.
5) Angola. A ex-colónia portuguesa tornou-se um dos palcos da guerra fria. E o PCP até no interior do MPLA (em Maio de 1977) fez tudo para que o país caísse na órbita soviética.
6) Expulsões. A história do PCP antes do 25 de Abril está recheada de expulsões. Há a desculpa da dureza da clandestinidade. Mas as expulsões sucessivas, depois da democracia?
7) A grande mentira. A URSS era uma ineficiência económica, a frade cultural (Brejnev ganhava prémios como escritor) e os maiores crimes liberticidas (Gulag). E Cunhal propagandeou-a."
Estou certo que haverá alguém a querer comentar...

 
At 11:33 da tarde, Blogger Manuel Neves said...

Esses ao menos não mentem, e não usam o adjectivo teimoso como metáfora para "velho lunático".
A revista Sábado (que se assume de corpo e alma como anti-comunista, segundo esse artigo) mostra assim, quão grande foi o homem. Morre e continua a incomodá-los. Morre e ainda discordam dele. Morre e têm medo que renasça.

Eu, pessoalmente, vejo a ex-URSS como uma má experiência de comunismo. Ninguém deve confundir marxismo com estalinismo. Mas claro que convém a muita gente dizer que é quase a mesma coisa.
Se Cunhal era Estalinista, discordo dele... nesse ponto. Mas daí a esse ser o único adjectivo que lhe querem afixar... Vão todos para um certo sítio...
Cunhal foi um brilhante Capitão de Abril. Cunhal esteve exilado a sério: não teve criadas e não lhe deixaram vir ao funeral do pai (coisa que o bochechudo-cara-de-cu pode fazer). Cunhal esteve 11 anos preso e 8 em isolamento e nunca disse nada. Cunhal escreve uma tese a favor da despenalização do aborto em 1940 e em 48 prevê que Portugal só se democratiza com revolução civil e militar.
Mas a Sábado prefere pintá-lo como um estalinista louco.
Eu aconselho o artigo da visão.
E as imagens do funeral.

Quanto ao facto dele ter querido completar Abril. Sou a favor. Abril morreu em Novembro e temos o que temos: O fascismo subtil. Elegemos partidos (liberdade!...ahahah!) que não são obrigados a cumprir NADA do que prometeram. Vemos países serem invadidos pelo petróleo e só podemos bater palmas.
Enfim, leiam o texto do André, que está num post anterior e têm um belo quadro da coisa. Mas, hey!, tudo menos os "comunas" maus.
É que como diz um amigo meu: "O comunismo visto na TV é fodido, porque está sempre mau tempo..."




(desculpem este post sem nexo e sem fio condutor...mas a lógica está guardada para mecanismos.)

 
At 11:59 da manhã, Blogger Manuel Neves said...

Grande Joana, é assim mesmo! :)
Vou só tentar ser sucinto naquilo que penso que compartilhas comigo: Eu percebo que o marxismo tenha potenciais falhas, como alguém querer ter mais que outrém. Mas o que é que é preferível?
1.Esse sistema, (que penso que toda a gente concorda ser o mais justo), tentando minimizar essas falhas

ou

2. O actual, onde há DE FACTO gente a viver com recursos a mais e outros com menos

?

Eu sei que a pergunta parece primária e "naif". Mas até me desmentirem o que me parece óbvio e lógico, vou ter que ser assim, básico.


Já agora, admitindo a minha ignorância acerca do 25 de Novembro - tinha uma ideia do que se tinha passado, mas nada de muito preciso - aconselho-vos a seguinte leitura: http://www.rebelion.org/brasil/030713cunhal.htm

É certo que este é só um lado da questão, mas a mim parece-me extremamente bem documentado e coerente (e "coerente" no sentido de lógico, não no sentido de teimoso, como escreveram os jornais).


Manel

 
At 5:10 da tarde, Anonymous Anónimo said...

De tempos em tempos, ouvem-se uns indivíduos por aí, seja na televisão, rádio, jornais ou mesmo no café, proclamar com orgulho: "Eu sou de Esquerda"! Mas que raio significa afinal "ser de Esquerda?".

Poderiam identificar qual a ideologia que professam. Poderiam dizer simplesmente "Sou um Marxista-Leninista", o que significaria que são adeptos da ideologia Marxista e do modelo aplicado por Lenine. Seria claro, e quem não soubesse o que é o Marxismo ou qual o papel de Lenine poderia sempre consultar um livro e ficar esclarecido. Mas não. Esses indivíduos inteligentes, cultos e sábios optam por uma obscura e misteriosa frase: "Sou de Esquerda". Afinal que ideologia defendem? Afinal o que é "ser de Esquerda"?

A resposta não é óbvia, pois a própria pergunta é capciosa. "Ser de Esquerda" não significa defender uma qualquer ideologia ou ponto de vista político. Ser de Esquerda é uma forma de estar na vida. Ser de Esquerda é ir fumar charros para o Bairro Alto, gostar de participar em manifestações contra qualquer coisa mesmo que não se saiba muito bem o quê, não usar nunca fato nem gravata, criticar sempre a Direita sem se saber muito bem porquê e, sobretudo, manter aquela pose de intelectual e tentar fazer passar a imagem que se percebe alguma coisa de política ou do que quer que seja.

Ser de Esquerda é fixe e está na moda. É como ser uma tia de Cascais em versão intelectual. E sobretudo há a vantagem de não se poder ser atacado do ponto de vista ideológico porque a Esquerda não é uma ideologia e não há nada para defender. E há também a vantagem de se sentir seguro dentro de um rebanho que não pode ser criticado porque está na moda.

Ser de Esquerda é manter aquele ar de superioridade, de erudito e, quando alguém quiser debater ideias, responder apenas "Voto na esquerda porque sim"

 
At 5:14 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Antes de prosseguir é conveniente definir o que se entende por Esquerda e Direita, caso contrário corre-se o risco de que os textos se tornem ambíguos.

Tradicionalmente os conceitos de Esquerda e Direita estão associados sobretudo com modelos económicos de desenvolvimento e ao papel do Estado sobre a economia. Assim, poderemos começar por, em primeira aproximação, definir "Direita*" (o asterisco indica tratar-se de uma primeira aproximação) como o modelo em que o Estado não intervém sobre a economia e deixa que tudo (ou quase tudo) seja regulado pelas leis do mercado. A "Esquerda*" será o modelo em que tudo é controlado pelo Estado podendo, em caso extremo, estar as próprias empresas na posse do Estado. De fora fica a chamada "Extrema Direita", cujo modelo de aproxima do modelo da Extrema Esquerda.

Depois podemos considerar os tipos de regime. Os regimes totalitários tentam controlar tudo e, como tal, estão próximos da Esquerda*. Porém nada impede que um regime totalitário permita economias de mercado ou que um governo de Esquerda* possa aceitar as regras democráticas. Assim, em vez de Esquerda e Direita teremos quatro possibilidades: A Esquerda* Autoritária, a Esquerda* Democrática, a Direita* Democrática e a Direita* Autoritária.

Se passarmos ao sistemas sociais temos também dois modelos: Um modelo do Estado-Providência, em que o Estado providencia aos cidadãos tudo o que eles necessitam, desde a saúde à segurança social, e um modelo no qual os cidadãos tomam conta de si e se acautelam através de seguros pessoais ou recorrendo à segurança social por conta própria. O primeiro está usualmente mais associado à economia de Esquerda* e o segundo mais à de Direita*, mas tal não é forçoso. Numa economia de mercado um Estado pode perfeitamente funcionar como Estado-Providência** cobrando para isso os impostos adequados, ou num Estado com forte controlo sobre a economia, a protecção social por seu pode ficar a cargo do indivíduo. Teremos assim uma nova divisão, agora em modelos "Providentes" e "Individualistas".

E as divisões continuam. No que diz respeito à rigidez das leis e da acção policial poderemos falar em modelos "Permissivos" ou "Repressivos", no que diz respeito aos costumes e tradições poder-se-á falar em modelos "Progressivos" ou "Conservadores" e aí por diante.

Note-se porém, que em cada uma destas "divisões" não existem apenas as duas possibilidades mencionadas, pois existe uma infinidade de situações intermédias.

Assim, cada modelo político, no que diz respeito a cada uma destas "divisões" poderá oscilar numa ou noutra direcção. Em matemática, as "divisões" independentes segundo as quais um sistema pode oscilar são designadas por "dimensões". No exemplo acima, o sistema tem cinco dimensões e são necessárias cinco variáveis independentes para o descrever. Mais dimensões poderão ser acrescentadas, até se considerar que são em número suficiente para descrever o sistema correctamente.

Quando se usa apenas uma variável (Esquerda ou Direita) para caracterizar um sistema político faz-se aquilo que em matemática se designa por "Projecção". Ou seja, a maioria da informação sobre o sistema perde-se, e coisas que aparentam ser iguais podem na realidade ser muito diferentes.

Por exemplo: Consideremos um modelo de Esquerda*, Democrático, Providente, Repressivo e Conservador e outro de Esquerda*, Autoritário, Individualista, Permissivo e Progressivo. Ambos são modelos de Esquerda*, mas na realidade o segundo é mais semelhante a um modelo de Direita*, Autoritário, Individualista, Permissivo e Progressivo.

Com isto é finalmente possível definir o que é a Esquerda: A Esquerda é um conceito vagamente difuso e altamente confuso, correspondente a um modelo em que provavelmente o Estado controla a economia, eventualmente democrático, onde possivelmente existe uma forte ou fraca acção social, talvez permissivo e quem sabe progressivo.

Como corolário, é possível concluir que quando alguém afirma convicto "Eu sou de Esquerda", sabe o que está a dizer.

 
At 6:12 da tarde, Blogger Manuel Neves said...

Bem, para já, gostava que o nosso anónimo se identificasse.
É uma das regras da casa, sem querer ser conservador nem repressivo.

Sinceramente, eu até gostei da "informação teórica". Boa arrumação de ideias e explicação de conceitos. Incomodou-me foi o parágrafo para picar os supostos pseudo-intelectuais de esquerda. Ora, se eu e a Joana (como autores dos posts prévios a este) somos os alvos, vou inicar a minha defesa:

O teu retrato (posso tratar-te pot "tu", suponho) é um estereótipo que agrada sobretudo à malta de direita.
Pelo tom jocoso, parto do príncipio que todas as coisas que escreveste são dignas de escárnio. Parto agora eu para o mal-dizer e vou tentar também estereotipar-te partindo do teu desenho (gasto e já mil vezes feito).
1. "Fumar charros no Bairro Alto", gosto desta primeira característica. Reflecte algum conservadorismo em relação às drogas e dá aquele um estereótipo fantástico e dual entre o "marginal das drogas" e os "burgueses que têm a mania de se meter nos charros". Muito bom, mesmo. No fundo, és daqueles que quando alguém bebe ou fuma, se lembra daqueles folhetos que nos dão no 5º ano e que dizem: "Eu não preciso de alcool e de drogas para me divertir."


2. "gostar de participar em manifestações contra qualquer coisa mesmo que não se saiba muito bem o quê."... Excelente! Aquela malta que vai às "manifs", não é? Deves odiá-los! São justamente os mesmos que vão "fumar charros para o Bairro Alto.". Essa cambada que em vez de ir trabalhar e estudar anda a chatear por causa do desemprego e da guerra! Ah! Eles nem sabem o que é desemprego!

3. "criticar sempre a Direita sem se saber muito bem porquê " - Epá... Acho que aqui podias ter estado melhor. Como é que te hei-de dizer isto... Foste clubista. Não soubeste esconder a cara. Se te tivesses guardado, eu ainda conseguia acreditar que tu podias ser um imparcial a gozar com essa figura que são os "burgueses comunistas". Mas assim já não dá. Descaíste-te. És só mais um gajo de Direita com a mania que tem piada.


4. "Ser de Esquerda é fixe e está na moda. É como ser uma tia de Cascais em versão intelectual. E sobretudo há a vantagem de não se poder ser atacado do ponto de vista ideológico porque a Esquerda não é uma ideologia e não há nada para defender. E há também a vantagem de se sentir seguro dentro de um rebanho que não pode ser criticado porque está na moda." - Aqui foi a tua derrocada. Para já, com a piada da tia de Cascais, quiseste dar uma de Gato Fedorento. Água. Parecias o Rui Baptista nas Olímpiadas a tentar ter piada ao microfone. O Rui Baptista só tinha piada por causa do chapéu.
(ocorreu-me agora que podes ser o Rui Baptista. Ahahah.)
Depois, porque metes os pés pelas mãos. Acontece que este parágrafo é demasiado agressivo para podermos acreditar na tua ressalva final: "Como corolário, é possível concluir que quando alguém afirma convicto "Eu sou de Esquerda", sabe o que está a dizer.", que não é mais que uma masturbação a dizer "há quem tenha o mesmo conceito de Esquerda que eu, e portanto está certo" e a protegeres-te de possíveis bocas de amigos de Esquerda.
Ao falares do "rebanho", da "moda" (como se a Direita fosse o padrão ideológico "default" e a Esquerda um mero "vírus" ou "moda"....) acabas por cair numa generalização básica, com uma ironia que roça "Os Malucos do Risos" por defeito.

A "punch-line":

5. "Ser de Esquerda é manter aquele ar de superioridade, de erudito e, quando alguém quiser debater ideias, responder apenas "Voto na esquerda porque sim"" é a chave de ouro de alguém que acha que o pessoal que vota á Esquerda não sabe o que está a fazer e que o faz sem consicência política e social.



Ou seja, a tua tentativa de ter piada resultou apenas para levantares esse teu ego, porque sinceramente, tanto a nível de ideias como de humor, tu és um generalizado zero, que não chega ao nível do chapéu do Rui Baptista.

Mas claro, isto é uma generalização tão perigosa como a tua. Eu estou a basear-me no único texto teu que tenho. Tu se calhar achas que Esquerda é um vizinho que conheces e que tem as características que disseste.

Um abraço e espero que te identifiques e que voltes cá muitas vezes.

Manel

 
At 6:21 da tarde, Blogger Hugo Bastos said...

Estas vagas de comentários no blog deixam-me animado, mas impedem-me de tecer todos os comentários que gostaria.. Assim, tendo em conta que grande parte do assunto Cunhal já foi debatido pela joana e manel, concentro-me agora nos comentários anónimos que foram escritos:

Caro anónimo,

Essa tua generalização de esquerda até pode acentar bem a um segmento da população que, de facto, se assume de esquerda sem pensar bem no que diz e sem definição político/partidária suficiente para explicar e discutir tudo aquilo que defende ao dizê-lo.
De qualquer modo, também conheço por aí muitos bons meninos (que até vão ao bairro fumar charros e tudo) que se afirmam anti-comunistas e não fazem a mais pequena ideia do que estão a dizer, tendo apenas crescido com uns papás que lhes disseram pelo menos uma destas coisas:

1) o 25 de abril só serviu pra destruir a riqueza do país
2) os pretos das colónias viviam melhor antes da independência
3) se fores comunista tens de partilhar a mulher

Agora, vires fazer essa caricatura para este blog, parece-me algo desnecessário e revela uma falta de interesse em debater ideias que anula a tua crítica. Aqui, os que se afirmam de esquerda não têm feito outra coisa que não expôr as razões que os levam a defender essa ideologia e, ao mesmo tempo, a rebater os argumentos da direita.

Posto isto, deixo desde já a minha disponibilidade para discutir contigo, quer as razões pelas quais sou de uma determinada esquerda (se ainda não percebeste qual é, eu depois explico-te) e, logicamente, porque é que abomino a direita que se contrapõe.

Agradecia é que, ao termos esta discussão, assinasses aquilo que escreves.

Hugo Bastos

 
At 1:36 da tarde, Blogger Luís said...

Joana, com todo o respeito pela raiva que demonstraste pelo Anónimo, diz-me só onde viste que eu disse que "o PS só faz porcaria".

Novamente, tenham juízo. Não me acusem de dizer coisas que não disse.

(E pronto, Manel, vi-me forçado a intervir neste post. Nem ia participar, dado não ter opinião nos assuntos referidos, mas fui vítima de calúnia)

 
At 3:26 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Aqui fica uma breve história do futuro de Portugal, caso o BE vencesse as eleições e formasse governo com o PCP.


Dia 20 de Fevereiro de 2005
Francisco Louçã agradece a confiança que o povo Português depositou no BE, o grande vencedor das eleições legislativas. Em noite de vitória reitera todas as suas promessas eleitorais: Combate à evasão fiscal, aumento dos salários, aumento das pensões, legalização dos imigrantes ilegais, mais justiça social, despenalização do aborto e das drogas leves.


Dia 25 de Fevereiro de 2005
O BE e a CDU formam uma coligação pós-eleitoral com vista à formação de governo.


Março de 2005
Francisco Louçã é indigitado Primeiro Ministro.
O governo inicia de imediato a guerra à evasão fiscal mas sem qualquer resultado, pois o sistema não permite determinar quais as empresas que de facto fogem aos impostos e as que não fogem. Na dúvida, todas são obrigadas a pagar, mesmo as que nada deviam.
Os direitos dos trabalhadores são consignados, nomeadamente no que diz respeito à impossibilidade de serem sujeitos a despedimentos, a recolocações ou a horas extras.
O governo legaliza todos os imigrantes e dá início à construção de habitação social para todos eles, bem como de novos hospitais, escolas e outras infra-estruturas para acolher este acréscimo de população.
As pensões e todos os apoios sociais são aumentados.


Abril de 2005
O governo vê-se obrigado a aumentar o IRC, o IRS e o IVA para fazer face ao acréscimo de despesas causadas pelo aumento das prestações sociais, pensões e despesas com imigrantes. Entretanto chegam mais 35 mil imigrantes ilegais para ajudar o país a crescer, que são também legalizados e procede-se à construção de mais habitação social para eles. Portugal é agora o paraíso da imigração, com entrada sem problemas, legalização garantida, saúde, casas e apoios sociais para todos. Estas despesas são somadas à despesa pública.
A polícia passa a andar desarmada.
A criminalidade dispara.


Maio de 2005
As empresas denunciam aquilo a que chamam uma verdadeira perseguição e fiscal, e somada aos significativos aumentos nos impostos (IRC) começam a abandonar o país em grande número. A imigração continua também a ocorrer em grande número com todas as vantagens que isso tem para o país. Somando o efeito da imigração ao da fuga de empresas, o desemprego já duplicou em apenas três meses de governação. Devido ao elevado IRC e à elevada oferta de mão de obra, os salários dos trabalhadores descem vertiginosamente.
Começa a censura nos meios de comunicação social.

Junho de 2005
As empresas lucrativas que ainda não fugiram do país são nacionalizadas e começam a dar prejuízo. O sector produtivo português está destruído e o desemprego aumenta descontroladamente. Os imigrantes, necessários ao país, continuam a chegar em grande número e a usufruir de todos os apoios sociais. As despesas sociais aumentam descontroladamente. Para fazer face a estas despesas é necessário aumentar IRS é de tal forma que a classe média atinge o “limiar de pobreza”.
O BE e a CDU fundem-se e é decretado regime de partido único.
O Governo controla agora por completo os meios de comunicação. Há uma censura feroz e só passam para a opinião pública notícias favoráveis ao governo.


Julho de 2005
O défice descontrolado atinge os 28% e a UE ameaça com medidas. O PCP e o BE, que sempre foram contra a UE, acham que é altura de abandonar o projecto de construção Europeia.
Já não há emprego, só na função pública, e continuam a chegar mais imigrantes para ajudar ao crescimento do país. O desemprego atinge os 30% da população activa.
É criada a polícia política.


Agosto de 2005
Já não há empresas a abandonar o país porque já não há empresas. Agora o desemprego só aumenta devido à imigração que continua a chegar para ajudar o país a crescer.
O défice, esse, continua a aumentar descontroladamente.
Portugal abandona a NATO.
Começam as perseguições políticas aos opositores do governo.


Setembro de 2005
Lisboa é agora uma das cidades mais perigosas do mundo. Já quase não há polícia por falta de verbas e absolutamente impensável sair de casa à noite. Lisboa é agora a capital europeia do tráfico de droga. Já não há dinheiro para assegurar todos os apoios sociais e direitos garantidos dos trabalhadores. Começa a haver convulsão social.
Os portugueses qualificados (engenheiros, médicos, informáticos) abandonam o país e este afunda-se por completo.
O sistema de Segurança Social entra em ruptura.


Outubro de 2005
Em consonância com o que sempre defendeu, o Primeiro Ministro Francisco Louçã autoriza a construção de campos de treino da Al Quaeda em Portugal com vista ao apoio da causa palestiniana.
Os portugueses sem qualificações começam também a procurar outras paragens e muitos emigram para países com melhor qualidade de vida, nomeadamente para Cabo Verde.

Novembro de 2005
Portugal assina uma aliança com a Coreia do Norte.
O desemprego está agora em 70% e os salários são cada vez mais baixos. Os hospitais já não funcionam por falta de médicos e de verbas e há cada vez mais convulsões sociais. Lisboa é agora uma cidade mais perigosa que Bagdad. Na ONU discute-se uma intervenção em Portugal.

Dezembro de 2005
Chega o Natal. Moçambique é agora um dos destinos preferidos dos emigrantes portugueses, que invejam o seu sistema público de saúde.
O Presidente Norte-Coreano elogia Francisco Louçã e mostra-se surpreendido com o sucesso económico de Portugal, onde a fome atinge apenas 45% da população contra os 57% na Coreia do Norte. No entanto, a maioria dos indicadores sobre a qualidade de vida coloca Portugal abaixo da média dos países da África sub-sariana. Chega-se ao fim de 2005 com um défice foi de 128%, mas o desemprego mantém-se estável, ligeiramente acima dos 70%.

Janeiro de 2006
A fome e as doenças contagiosas em Portugal são generalizadas. Já não existe polícia por falta de verbas, e a criminalidade e as máfias dominam o país. Bagdad parece o paraíso.
O Primeiro Ministro Francisco Louçã e o Vice Primeiro Ministro Jerónimo de Sousa abolem as eleições e declaram legitimidade vitalícia para governar.
Vários grupos terroristas árabes sediados e treinados em Portugal atacam interesses Israelitas e Americanos em diversos países Europeus.

Fevereiro de 2006
Os Estados Unidos declaram que possuem informações sobre a existência de armas de destruição maciça em Portugal e invadem o país. O ditador Francisco Louçã é deposto.

E assim termina um ano de governação BE/CDU

 
At 3:28 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Peço desculpa por não me ter assinado antes

Rui Santos

 
At 4:43 da tarde, Blogger Manuel Neves said...

Bom, para já, tenho que te perguntar, Rui Santos, se és da nossa Faculdade, porque terei muito prazer em falar contigo.
Depois, faço minhas as palavras do Hugo e tenho que te dizer que te enganaram quando te disseram que os comunistas comiam meninos ao pequeno almoço e iam dividir a tua casa (que os teus pais conquistaram com o suor deles) com "emigrantes" (tudo menos isso....).
Não tenho muito tempo para comentar o teu segundo passo na carreira humorística, mas vou só dizer-te umas coisas:
1. Espero que tenhas gostado da manifestação da frente nacional no sábado e que tenhas ido, porque já vimos que o teu racismo é bastante visível (para ti, gozar com a qualidade de vida com Cabo Verde é uma coisa engraçada, como porventura será gozar com a indiferença da indústria farmacêutica ao HIV- 2)e preocupante. No fundo, controlaste-te para não começares com slogans do género "Portugal aos Portugueses".
Eu até já vi em fóruns fascistas (sim, eu vejo fóruns fascistas, portanto estou habituado a discursos como o teu) o pequeno "smiley":

\o

, que se reparares é uma cara com o braço direito estendido. (Imaginativos, os fascistas, hem?) Só te estou a dar esta explicação porque assim podes começar a por o smiley no fim dos teus textos! E ficas logo identificado!!

2 - Deixa lá, que os comunistas portugueses, se subirem ao poder, nunca farão uma coisa como...sei lá... não passar na televisão a manifestação contra a guerra no Iraque, que tinha mais gente nas ruas de Lisboa que o próprio 25 de Abril,(e espero que não comeces a chorar de raiva por eu escrever esta data) como o fizeram duas estações televisivas portuguesas.
Portanto, não ironizes com coisas que, de facto, às vezes acontecem. E sem os "comunas" no poder. Os mesmos "comunas", que como te mostrou a Joana (que para escrever uma ousadia daquelas se deve ter sentido protegida no meio do rebanho....) te mostrou que são pró-democracia...

Podia ainda explicar-te que a causa palestiniana é um bocadinho mais que "direita ou esquerda" e se calhar estamos a falar de violação de direitos humanos e outras coias tais. Mas sinceramente, este teu último texto é demasiado deprimente.
Arrependo-me até dos meus dois pontos prévios. Eu acho que tu és demasiado "anti-comunista" e anti-tudo-o-que-cheire-a-esquerda para aceitares qualquer argumento.
Para ti, política é o que provavelmente os teus pais te dizem, ou aquele avozinho fascista, ou até - quem sabe? - o que a Sábado diz.

Um abraço bem vermelhinho, não só do Benfica, mas mesmo Comunista, para ver se as tuas alergias dão sinal de si.



Manel

 
At 5:46 da tarde, Blogger Hugo Bastos said...

Rui,

Desde logo vi que eras bastante amigo de generalizações abusivas, o que n
não sabia é que também eras tão ávido adivinho.

Comentando apenas algumas das tuas idiotices:

O falhanço do combate fiscal: "O governo inicia de imediato a guerra à evasão fiscal mas sem qualquer resultado,
pois o sistema não permite determinar quais as empresas que de facto fogem aos impostos e as que não fogem."
Será que não te passou pela cabeça que se o BE, ou qualquer outro partido no governo tivesse de facto vontade
de acabar com a fuca ao fisco, o conseguiria alterando a lei e o sistema de fiscalização? Presumo que saibas que
este não é um flagelo global, havendo países que provam que é possível, caso não se cedam a interesses económicos.

A legalização das dorgas e Lisboa como a capital do tráfico: Pelas tuas palavras não deves ter nunca ido a Amsterdão,
onde por acaso o consumo de drogas leves é permitido e onde os índices de criminalidade não são nada elevados. Para além
disso a Holanda não é o principal consumidor, quer de drogas leves quer de pesadas, a nível europeu. Encontra-se em 5º lugar
e todos os países que estão à sua frente têm legislação proibitiva.

A falta de produtividade das empresas nacionalizadas: Argumento básico anti-comunista, já utilizado aquando da Reforma Agrária
(inclusivamente pelo Dr. Soares), mas que é refutado facilmente por factos: Durante os anos de 74/75 a quase totalidade das
UCP (unidades comunitárias de produção) obtiveram sucessos na produção, tendo a produção agrícola aumentado estrondosamente
em relação aos anos anteriores. Com a chegada do PAC (plano agrícola comum), milhares de hectáres de terras aráveis foram
transformados em pousios por tempo indeterminado para que se cumprissem quotas absurdas, destruindo completamente a cultura
de regadio portuguesa, apenas para que se passassem a fazer especulações para manter os desejos capitalistas. Para além disto,
começou-se, pela primeira vez na história da civilização, a enterrar produtos alimentares, num planeta onde 850 millhoes de
pessoas morrem de fome por ano.

A polícia desarmada e o aumento de criminalidade: Obviamente desconheces que são várias as polícias do mundo que não andam
armadas (entre elas, tens a de Inglaterra), não se verificando aumento dos índices de criminalidade nesses países.

A "invasão de imigrantes" e o desemprego: Este é apenas o teu argumento mais marcado e repetido, o que revela a tua xenofobia
latente. Para além disso, mostra claramente a tua estupidez, já que não te apercebes da impossibilidade de tal ocorrer,
precisamente no teu mundo de fantasia:
Afirmas que "Já não há emprego, só na função pública, e continuam a chegar mais imigrantes para ajudar ao crescimento do país."

Explica-me lá como é que tu pensaste que iriam acorrer dezenas de milhares de imigrantes a um
país que, pelas tuas palavras estava à beira da guerra, onde existiam os maiores índices de criminalidade e de desemprego,
apenas porque a imigração é absolutamente legal?! Nunca pensaste obivamente que o desemprego controlaria o fluxo de
imigrantes? Achas que eles vinham para cá pela praia?

Quanta parvoíce passa por essa cabeça... Aconselhava-te a ler um pouco mais, a sair da tua redomazinha e a VER o que se passa
à tua volta... Se ainda houver esperança.

 
At 6:10 da tarde, Blogger Luís said...

Erro básico:

"num planeta onde 850 millhoes de
pessoas morrem de fome por ano." ->

Em pouco mais de 7 anos, a Terra estaria deserta.

 
At 6:45 da tarde, Blogger Hugo Bastos said...

Liça, não perdes uma oportunidade parar estar calado. Já deves ter ouvido falar em reprodução, não? Provavelmente também não sabes que a maior parte dessas pessoas que morre à fome são crianças com menos de 5 anos. Para além disso, os números não são meus, são dos relatórios da OMS. Podes ir até ao site deles ver...

 
At 8:03 da tarde, Blogger Luís said...

Não, não perco uma oportunidade para estar calado. E sim, já ouvi falar em reprodução. Essa estima-se em 23 nascimentos por cada mil pessoas, por ano (dados do Population Reference Bureau, 2002) (http://www.prb.org/Template.cfm?Section=PRB&template=/ContentManagement/ContentDisplay.cfm&ContentID=7421)
-> 138 milhões de nascimentos/ano. Pelo que, ok, demoraria mais uns aninhos ao ritmo de menos 700 milhões pessoas no mundo, por ano.


OMS, dizes tu:
1. "WHO has estimated that approximately 27% (168 million) of children under five years of age are underweight (WHO 2002)." (http://www.who.int/ceh/risks/otherisks/en/index1.html)

2. Considerei que as crianças que morrem à fome se incluem no grupo das que têm peso abaixo do esperado. Acho que não faz sentido o oposto.

3. Como dizes, "a maior parte dessas pessoas que morre à fome são crianças com menos de 5 anos".

4. Como a maior parte será sempre maior que 50%, o número anual de mortos não será maior que o dobro de crianças malnutridas, logo, nunca maior que 336 milhões (e isto, claro, considerando que TODAS as crianças com peso inferior ao normal morrem à fome, o que também sabes que não é verdade, uma vez que há muitas razões para tal, como decerto sabes.

Posso ter errado em qualquer lado. Não sou perfeito. Mas também gostava de ver o relatório em que leste as 850 milhões de mortes à fome por ano. Por acaso não sabes o link?

 
At 8:08 da tarde, Blogger Luís said...

Só para complementar:
Número de nascimentos foi de 24/1000 habitantes, em 2004 (PRB)

Número de mortes foi de 9/1000 habitantes, em 2004 (PRB)

Isto não apoia em nada os teus dados.

 
At 8:11 da tarde, Blogger Hugo Bastos said...

Não, por acaso não sei o link. O relatório li-o citado num livro do Peter Singer editado pela Gradiva, chamado Um Só Mundo, Ética para a Globalização. Podes lá ir confirmar se quiseres.

Mesmo que a fonte que citei esteja errada, e obviamente pode estar, por algumas razões que vão desde erro na edição portuguesa a gralha de impressão, acho piada a ser essa a única crítica que me apontas. Ou seja, pegando nos teus dados, achas que o facto de existirem 168 milhões de crianças que sofrem de malnutrição não é gente suficiente a sofrer para acabar com as obscenas políticas capitalistas?

 
At 9:03 da tarde, Blogger Luís said...

168 milhões não é "suficiente", é DEMAIS!

Dos 168 milhões, nem todos devem corresponder a países obscenamente capitalistas. Uma parte (que não sei quantificar; os dados que recolhi não o especificam) corresponde de certeza a países onde se vive na "liberdade" comunista.

 
At 10:23 da tarde, Blogger Hugo Bastos said...

Podes sempre tentar dizer-me quais são os países que actualmente vivem em comunismo...

Se por um lado tens aqueles (como a China) que apesar do nome do partido nada têm de comunista, por outro tens os que são completamente minados pelos EUA e restantes potências que tudo fazem para que o povo sofra, através de embargos económicos (Cuba) ou greves convocadas pelo patronato e financiamento de guerrilhas (Venezuela).

De qualquer modo, é em África que se concentram a esmagadora maioria dos afectados pela fome, não existindo nenhum país actualmente comunista.

Agora, continuas a não rebater o que eu disse: É prática corrente em Portugal (e nos restantes membros da UE) enterrarem-se alimentos apenas para defender as quotas de produção. Até que me apresentes uma razão válida para esta prática (suponho que enriquecer as grandes empresas não conte para ti, mas sabe-se lá...) continuarei a defender que isto é obsceno e que se deve única e exclusivamente ao sistema capitalista em que vivemos.

 
At 9:53 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Caro Manuel Neves, a Esquerda portuguesa (entenda-se por BE, PCP e sectores do PS) tem ao longo dos últimos anos levado a cabo uma campanha de desinformação e de propaganda com vista a associar os partidos de Direita (entenda-se PSD e PP) ao Fascismo e à Extrema Direita. Essa campanha de baralhar e confundir, que poderia de imediato parecer condenada ao fracasso, tem no entanto sido bem sucedida entre os atrapalhados mentais e os idiotas. Hoje em dia ainda é frequente ouvirem-se idiotas convencidos que o PSD e o PP são partidos Fascistas, e assim os já referidos idiotas acabam por votar nos partidos de Esquerda. Assim sendo, não é de forma alguma de surpreender que entre os eleitores do PCP e sobretudo entre os do BE se encontre a maior concentração de idiotas a nível nacional.

Rui Santos

 
At 10:29 da tarde, Blogger Manuel Neves said...

Hummm... ok. Então aquilo do PS convocar como "serviço mínimo" todos os professores para as escolas às 8.30 da manhã para fiscalizar exames, impedindo que etes façam greve (quando o Código de Trabalho não prevê este tipo de situações,já que os Serviços Mínimos abragem apenas Transportes, Saúde, não contemplando "exames nacionais" - e isto foram 3 advogados que me disseram) é tudo "desinformação". E aquela ameaça dos "processos disciplinares"... Caramba, estes orgãos de esquerda fizeram-me mesmo acreditar que aquilo era uma ameaça!
Obrigado Rui Santos, se não fosses tu, eu acreditava que por vias travessas se estava a abolir o direito à greve!
E olha, aquilo do sr. Paulo Portas ser contra a despenalização do aborto, querer privatizar tudo e mais alguma coisa, ser a favor do dia da Pátria (é assim que se chama?) é tudo alucinação dos meninos do BE (DEVE SER DOS CHARROS!!!!)? Obrigado Rui, ufff... Eu estava mesmo com uma venda nos olhos!
Isto são só uns exemplos, mas aind abem que mos desmistificasse. Olha, eu aconselho que leias um post que cá foi posto pelo meu Exmo. André Almeida: "Zero Absoluto". Pode ser que percebas o que nós, os "idiotas" (mesmo não sendo BE, que é neste momento o teu maior alvo), entendemos pelo "fascismo subtil" de falámos e ao qual julgo que te referias.

Diz-me só mais duas coisas:
1. Como é que tem sido a tua vida depois do Hugo te der desmentido aqueles três pontos? O Mundo parece-te diferente?

2. És da FML ou não?

Abraço

 
At 12:17 da manhã, Anonymous Anónimo said...

É verdade que no ano em que tu entraste para a faculdade existia mais do que uma chamada. Hoje não.
Põe-te no lugar dos estudantes, acharias correcto o governo não convocar o "serviço mínimo"?.
Lá porque tu e o teu umbigo já têm o curso garantido, não quer dizer que outros não queiram ingressar no ensino superior.

1. Parece-me diferente. Confesso que gosto de ler o que o Hugo Bastos tem para escrever, mas sugeria que fosse a tua vez (e lanço o convite aos outros) de praticar futurologia e nos contasses a tua visão, bem fundamentada, de "e se o PCP/BE/outro partido de esquerda vencesse as eleições". Estou bastante curioso.

2. Não, não sou da FML. Sou da FMUC.

Abraço

 
At 9:53 da tarde, Blogger Luís said...

Rui

Pensa como foi o PREC. O futuro seria qualquer coisa do género.

 
At 12:14 da manhã, Blogger Manuel Neves said...

Rui:
Apanhaste-me. Eu tinha este plano maquiavélico que era ficar na faculdade sozinho. O meu sonho era que não entrasse mais ninguém para a FML.
Se os profs fizerem greve num exame os alunos têm que ter direito a outro, COMO É ÓBVIO. Se assim não for, não concordo que alguém fique fora da universidade, COMO TAMBÉM ME PARECE ÓBVIO.
Mas afinal qual é o fundamento da greve? Não é a hipótese dos trabalhadores mostrarem aos patrões que têm poder? Se se tiverem que fazer novos exames nacionais aos alunos que não os tiveram talvez isso seja uma posição de força, digo eu. Agora se os professores fizerem greve das 6 da tarde às 6 da manhã, se calhar não se mostra nada... (E então se eles não puderem fazer greve... Bom, deixa lá, descobriste o meu plano de querer a FML só para mim e para o meu umbigo e isso já chega.).

Quanto ao governo BE / PCP (que o nosso Liça, vendo um amigo logo comparou a essa coisa horrível que foi o PREC), sinceramente não tenho o teu sentido de humor para fazer um texto sobre um ano de governação, mas para não parecer um dos que se esconde atrás do slogan "Eu sou de Esquerda" (o que seria a tua punheta suprema), vou dar-te algumas noções que eu tenho (e que humildemente retirarei se me explicarem logicamente que estão erradas, e que manterei se asssim não for). E em vez de estar a imaginar um governo BE/PCP e a pintar um quadro e depois tu a dizeres "Não, ia ser de outra maneira" e depois eu dizer "Então e esta merda tá bem?" e tu "Tá melhor que o governo BE / PCP" e eu dizer "Não está não" e tu "Está sim" e eu "Eu disse primeiro", vamos saltar esses passos e ir já para a discussão mor que é capitalismo vs. comunismo, (acho eu. Se a tua ideia for mesmo comentar hipotéticos governos PCP / BE, pois lá o faremos. Mas a minha crença é que é isto que estamos adiscutir).

- Eu não tenho dúvidas que o BE e o PCP têm políticas que não fazem sentido na economia de mercado. Mas o que eu não concordo é com isso, com esta economia de mercado.
A minha visão é que este capitalismo (que eu nem sei se tu defendes ou não. E Liça: em vez de perguntares pela 28916446 vez o que é o capital, dou-te já, pela 28916446 vez o endereço: www.marxists.org. Saca o manifesto e lê.) só faz com que as grandes empresas engulam as pequenas, com que os trabalhadores continuem a ser explorados por não terem os meios de produção e que se entre num ciclo vicioso de alimentar as formiguinhas obreiras para alimentar o bolso de alguns beneméritos. E entretanto - porque a vida desses senhores é curta e eles têm que a gozar - vamos lá privatizar a saúde e o ensino, encher os bolsos e quando a "economia" (esse valor supra sumo) estiver em grande, aumentamos um bocadinho (mas não muito) o salário mínimo.
Dirás tu que isto é a propaganda que nos dão, e que a direita não é assim, etc. Eu, por uma questão...moral e filosófica (chamemos-lhe assim), tenho a crença que devíamos todos receber igual e consoante as nossas necessidades e que a sociedade não pode ter uns a partirem para a vida com mais que outros. Daí que o modelo económico que me pareça mais justo seja o marxismo e que todos os outros me pareçam injustos (uns mais, outros menos, obviamente). Falarás da ex-URSS, de Venezuela, de Cuba... Mas o parece-me correcto dizer que NUNCA houve um regime verdadeiramente comunista (assunto também já debatido e no qual julgo que o teu silêncio concordou com a decisão final). E era esse modelo que eu queria ver em prática. E como eu acho bastante mais lógico acreditar num regime (que apesar de nunca ter existido) que é (quase) unanimamente considerado o mais justo (apesar das suas potenciais falhas) do que aceitar um que é à partida injusto (fora as potenciais - neste momento FACTUAIS - falhas), continuo a ter esta "utopia" juntamente com o meu bando de "idiotas".
Falando ainda de um hipotético governo BE/PCP, sem imaginar um ano de governação: Dado que o próprio Marx vê o comunismo como um modelo económico que só é viável a nível global ("proletários de todo o Mundo, uni-vos"), também eu tenho algumas dificuldades em visualizar um regime comunista isolado(e ainda para mais com tudo o que os americanos nos fariam - como estão a fazer a Cuba). Se considerarmos que não nos fariam qualquer embargo nem nos colocariam qualquer entrave ao desenvolvimento económico, estou certo que isto ia para a frente e que e que o desenvolvimento económico (que acho que é a grande luta direita/esquerda) seria possível (apesar de estarmos a falar de algo que é uma cedência ao que eu acredito que é o marxismo global). Lamento agora só escrever: 2O desenvolvimento económico é possível", mas estou mesmo cansado para ir reler o teu post e ir discutir cada tópico.
Espero não te ter defraudado e desculpa-me o alongamento (porque o post é grande), a fuga (que justifiquei...) à tua questão (se bem que ainda lá tenha voltado, muuuuuito de raspão, porque não estive a discutir a questão económica) e tenho pena que não sejas da FML.
Certo que continuarás a discutir aqui, pois cá estamos para isso. (para isso e para mudar a tua visão do mundo, que pelo menos já está "diferente".)

Dado que não estive para reler o post, estou com sono e tenho o estranho costume de fazer 237416 parêntesis é possível que haja frases e raciocínios inacabados. Se assim for, não se zanguem comigo:)

Bons exames!

 
At 5:08 da tarde, Blogger Luís said...

Obrigado Manel! Depois de Mecanismos lerei o Manifesto com todo o gosto. Agora não estou propriamente para aí virado. Já que te disponibilizaste a tirar-me a dúvida do que é o capital, explica-me agora o que são as couves (que referiste aqui)

Fico também muito intrigado por saber que acreditas nessa utopia que é o comunismo. Talvez Marx se tenha entusiasmado demais com More.

E, já agora, a quem te referes quando dizes que é "(quase) unanimamente considerado o mais justo"?

 
At 5:16 da tarde, Blogger Luís said...

Off-topic: sabiam que, apesar de o termos estudado em Farmacologia (nas aulas e no Seminário), só agora é que se descobriu que o cérebro humano produz endocanabinóides?

Leiam a notícia aqui.

 
At 12:05 da tarde, Blogger Hugo Bastos said...

Boas tardes,

Após este interregno de vários dias, vejo que a actividade regressou a este blog. Para mim é sempre uma ocasião de alegria.

Rui, a ti pergunto-te o mesmo que costumo perguntar a quem se assume de direita: Acreditas que cada pessoa deva assumir na vida um posição eticamente correcta?

Se sim, como podes concordar com a exploração extrema que se vive hoje em dia?

Podes dizer-me (é o argumento habitual) que quem se esforça enriquece. Eu digo-te que mesmo que alguns o consigam fazer a premissa básica do capitalismo faz com que seja impossível haver uma maioria de pessoas nessa situação, ou o sistema tornar-se-ia insustentável. Assim sendo é IMPOSSÍVEL um sistema capitalista que não explore a maioria dos indivíduos. Lembra-te que nunca (como também é frequentemente apresentado) podes pensar apenas na situação do teu país porque, sendo verdade que no mundo dito desenvolvido cada vez menos pessoas vivem na miséria, a situação deteriora-se de dia para dia nos restantes países. A menos que aches que existe algum pressuposto ético válido para o sofrimento desses povos valer menos do que o dos teus compatriotas, tens de concordar que a situação é cada vez mais insuportável.

Longe vai o tempo em que dois jesuítas bem intencionados (e algo ridículos...) achavam que pelo capitalismo se iria gerar tanta riqueza que os seus detentores, por não a conseguirem gastar, a distribuiriam... Ainda assim pergunto-te, é nisto que acreditas ao defenderes o capitalismo??

Para terminar, um pouco de linguística: utopia vem do grego ou+topos, ou seja que não existe. Nada é dito acerca da impossibilidade de tal passar a existir, meus caros. É a gramática do capital (ah liça, o capital tem gramática e tudo) que nos faz pensar o contrário.

 
At 4:26 da tarde, Blogger Luís said...

Hugo

Nada disse sobre se passaria ou não a existir. Estou certo que, mais que a etimologia, conheces a obra. A Utopia que More idealizou ainda não foi posta em prática (e não acredito que venha a ser), mas cada um acredita no que quiser.

Curiosidade do dia #1: sabiam que 3 mil milhões de pessoas no Mundo vivem com menos de 2€ por dia, enquanto que cada vaca da UE é subsidiada com 2,5€?

Curiosidade do dia #2: Portugal tem a polícia mais eficaz do Mundo. Não é que os 12 ou 13 polícias que intervieram na famosa praia de Carcavelos conseguiram dar conta de 500 indivíduos? Afinal a confusão toda foi causada pela polícia! (A paródia aqui. Ai Ana Drago, tão pequenina e já dizes tanta merda!

 
At 11:27 da tarde, Blogger Manuel Neves said...

Liça, quando digo que (quase) todos consideram o marxismo mais justo, estou a fazer de facto uma generalização perigosa. É baseada no facto de muitos gajos de direita me dizerem: "Sim, isso é mias justo mas é utópico".
Já agora, consideras o marxismo o sistema económico mais justo?

 
At 5:12 da tarde, Blogger Luís said...

Continuo em desconhecimento de causa. Já comecei a ler o manifesto, mas confesso que me fartei. E só depois de me fartar é que percebi que só tinha lido uma parte (de quatro).

A única coisa divertida naquilo é que as expressões usadas são iguais às que aparecem escritas por este blog. Tirando a expressão "burguesia", que já não ouvia há uns 7 ou 8 anos... desde as aulas de História!

 
At 1:13 da manhã, Blogger Luís said...

Oh, por favor, faz isso por mim.

 
At 7:04 da tarde, Anonymous Anónimo said...

No passado sábado, a organização “make poverty history” levou a cabo uma iniciativa sem precedentes contra a fome e pobreza em África. Bob Geldof y sus muchachos organizaram nada menos que oito concertos simultâneos em diferentes cidades do mundo, tendo mobilizado centenas milhares de pessoas e, mais importante que tudo, atraído a atenção da comunicação social do mundo inteiro. Foi exaustivamente repetido que não se pedia dinheiro a ninguém, pedia-se apenas às pessoas que se manifestassem e dessem força ao movimento, por forma a pressionar o grupo dos G8 (8 países mais ricos do mundo) a solucionar o problema da pobreza em África.

Mas a organização “make poverty history” (MPH) tem também ela um problema, e esse problema é que a sua vontade em mudar o mundo é directamente proporcional à sua falta de visão. Antes de mais, a organização está a enganar os seus apoiantes (o que também não será difícil) quando afirmam que não lhes é pedido dinheiro. É pedido dinheiro e muito, apenas não o é pedido directamente mas sim através dos seus impostos, o que vai dar ao mesmo. Além disso, pagam não apenas os seus apoiantes mas também os milhões de pessoas mais esclarecidas que em nada concordam com esta iniciativa. A referida organização esqueceu-se também de esclarecer os seus apoiantes que não se trata de uma ajuda financeira pontual aos países pobres. Com efeito, uma vez consumidos os recursos enviados, tornar-se-ão necessárias novas ajudas reguulares.

Além disso, a MPH esqueceu-se também de outro pequeno pormenor: não é o G8 quem governa os países pobres. Os países pobres têm os seus próprios governos e só estes podem tomar medidas no sentido de erradicar a pobreza. O G8 pode sim apoiar financeiramente estas medidas, mas elas terão sempre que ser iniciativa dos respectivos países. E os governos dos respectivos países parecem pouco interessados em tomar medidas que combatendo a extrema pobreza da população, combatem também a extrema riqueza dos seus governantes.


As medidas propostas pela MPH são também elas ineficazes e eventualmente contraproducentes. A primeira medida consiste no envio de uma substancial ajuda alimentar e financeira, mas pobreza e a fome não se combatem enviando alimentos e dinheiro para África. É verdade que os países desenvolvidos poderiam reduzir os efeitos desses flagelos simplesmente enviando dinheiro e comida em grandes quantidades, enquanto os habitantes desses países poderiam por exemplo ocupar o seu tempo a descansar na praia. Porém, tal aparente solução apenas iria agravar o problema. A população dos países Africanos, mesmo apesar da fome e das doenças, está a duplicar em muitos casos a cada 25 anos. Isto significa que dentro de um século, o esforço exigido aos países desenvolvidos seria dezasseis vezes maior e dentro de dois séculos e meio seria mais de mil vezes superior. Ou seja, os países desenvolvidos iriam sustentar artificialmente o crescimento demográfico em África até um ponto de ruptura, altura em que a fome e pobreza iriam regressar numa escala muito maior.

A segunda medida da MPH consiste na exigência “de um comércio justo”, mais concretamente, a MPH exige aos países desenvolvidos que NÃO subsidiem os seus agricultores e levantem todas as barreiras alfandegárias, ao passo que os países pobres possam subsidiar os seus. Esta ideia meio tresloucada, que se encontra muito difundida entre uma certa Esquerda politicamente correcta, carece de qualquer sentido. Em primeiro lugar, logo porque nos países desenvolvidos são atribuídos subsídios aos seus agricultores, não porque os respectivos governos gostem de gastar dinheiro, mas sim para evitar que parte da população caia na miséria. O que a MPH exige aos governos dos países desenvolvidos é então que estes criem um drama social nos seus próprios países. Quanto aos subsídios entregues aos agricultores dos países pobres, presume-se, seriam pagos pelos países desenvolvidos. Portanto, o conceito de “comércio justo” para a MPH consiste em que os países desenvolvidos deixem na miséria os seus próprios agricultores e passem a sustentar os agricultores dos países pobres. Mas não é tudo. Os agricultores dos países pobres possuem pequenas parcelas de terreno e famílias numerosas. Quando sobram algumas couves vão ao mercado da aldeia vender os seus produtos. Pensar que esta agricultura de subsistência pode competir num mercado global com a agricultura altamente mecanizada dos Estados Unidos, ou com mesmo com a agricultura de países como a China ou a Índia, só mesmo na cabeça destes activistas.


Há ainda mais um facto estranho. Para estes activistas, toda a pobreza existente nos países desenvolvidos se deve à injusta distribuição de riqueza, mesmo quando nesses países existem eficientes mecanismos de redistribuição de riqueza. Já nos países sub-desenvolvidos como Angola, em que 90% da riqueza do país incluindo ouro, petróleo e diamantes se encontra nas mãos dos amigos do presidente José Eduardo dos Santos, a questão da injusta distribuição de riqueza não é digna de qualquer menção.


Concluindo, o MPH apesar da sua aparência humanitária parece apenas ser composto por aqueles indivíduos que há uns anos andavam a incendiar carros e partir montras, e que hoje são demasiado respeitáveis para o fazer, No entanto, a motivação é a mesma: um ódio cego ao G8. Caso as medidas propostas pelo Make Poverty History vão avante, a única coisa que irá passar à História é mesmo a forma inteligente de abordar os problemas. A pobreza em África, essa agravar-se-á.

Rui Santos

 
At 12:19 da manhã, Blogger Hugo Bastos said...

Mais uma vez, caro Rui, não posso deixar de me espantar e preocupar com a TUA falta de visão e de informação...

“...não é o G8 quem governa os países pobres. Os países pobres têm os seus próprios governos e só estes podem tomar medidas no sentido de erradicar a pobreza.”
Não sei se tens olhado muito para o mundo em que vives, mas se o tivesses feito repararias que os países pobres estão, desde há muito, manietados por algumas instituições (cito três fulcrais: Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e Organização Mundial de Comércio) que constrangem quase completamente os governos locais; quando não o conseguem fazer, encarregam-se de lá colocar um chefe de estado que seja bem mandado, nem que para isso seja necessário invadir o país para realizar eleições “democráticas”. Para teres uma ideia em 1970 o montante da dívida dos países “em vias de desenvolvimento” era de 62 mil milhões de dólares. Atingiu os 481 mil milhões em 1980 e, em 1998, totalizava 2 biliões (milhão de milhão, para não haver confusões) de dólares. Fonte Worl Bank, World Bank Tables Não sei se sabes também, mas todos estes empréstimos são feitos com base em acordos que têm inúmeras cláusulas, que costumam incluir a obrigatoriedade da privatização de empresas e terrenos agrícolas e entrega das acções, ou directamente aos credores ou a Multinacionais. No caso do governo em causa não agir em conformidade os fundos são cortados. Caso se portem bem, até lhes emprestam mais dinheiro para pagar as dívidas velhas, já viste, que bonzinhos? Para além da dívida, é o Banco Central quem procede às constantes desvalorizações das taxas de câmbio das moedas dos países pobres, à dolarização dos preços internos (aumentando-os brutalmente), embora simultaneamente proiba a indexação dos salários reais aos novos preços.

“A população dos países Africanos, mesmo apesar da fome e das doenças, está a duplicar em muitos casos a cada 25 anos. Isto significa que dentro de um século, o esforço exigido aos países desenvolvidos seria dezasseis vezes maior e dentro de dois séculos e meio seria mais de mil vezes superior.” Já sei que és futurólogo, mas tenho de te perguntar, com base em quê sabes que a taxa de crescimento se manterá? Todos os exemplos que temos até agora mostram que melhorias nas condições de saúde, higiene e educacionais de uma país são acompanhadas por uma diminuição da taxa de crescimento demográfico. Posto isto, se de facto houvesse vontade de acabar com a fome e escravidão, isto traria ainda a vantagem de diminuir o risco de sobrepopulação do planeta.

Quanto à tua ideia de comércio justo vs. liberalização do comércio: Não sei se já reparaste também que a economia global é marcada pela deslocação de uma parcela substancial da base industrial dos países capitalistas para zonas de mão-de-obra barata em países pobres. É assim que foi criado o problema dos países ricos terem de subsidiar todos os seus produtos industriais e agrícolas para que sejam competitivos. Ao mesmo tempo têm de estimular constantemente as cabecinhasconsumistas das suas populações para que gastem. Consumir é vital, não esqueçam. O único interesse do sector financeiro (que é muitas vezes independente e infinitamente superior em termos de decisão ao poder político) é manter uma parte substancial (a maior parte) do mundo com salários baixos para poderem produzir barato e a outra parte com uma mentalidade consumista que faça a máquina mexer. Uma luzinha para ti: os países “desenvolvidos” correspondem a 20% da população mas a 80% do consumo de recursos do planeta.

“...toda a pobreza existente nos países desenvolvidos se deve à injusta distribuição de riqueza, mesmo quando nesses países existem eficientes mecanismos de redistribuição de riqueza.” HAHAHAHAHA Esta foi a melhor. Então tu achas que a riqueza nos países desenvolvidos está bem distribuida. Não deves sair muito de casa, infelizmente. Olha, mais uns dados para ti: segundo o Bureau of the Census 13,7% da população vive com menos de 1 dolar por dia (1996) (ainda que o rendimento anual per capita ultrapasse os 25000 dolares). Segundo o Serviço Europeu de Informação 20% do Reino Unido, 17% da Itália e da França e 13% da Alemanha (dados de 1993) vivem com menos de 1 dolar por dia. É uma boa distribuição de riqueza para ti?!

Já agora, volto a perguntar-te.... Acreditas que se alguém acumular riqueza suficiente a começa a distribuir como os padres jesuítas de que te falei? Não respondeste às minhas perguntas dessa altura... É pena...

 
At 8:34 da tarde, Blogger Hugo Bastos said...

Um pequeno reparo ao meu post anterior, que ficou pouco claro por culpa minha. Os dados retirados do Bureau of the Census são referentes à população americana. É então nesta que existe uma percentagem de 13,7 de pessoas a viver com meos de 1 dolar por dia.

Com esta clarificação volto ao estudo, à espera de resposta...

 

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